JOAO SILVEIRA, PHD

Hello
My name is João and I connect science and art to create courses for companies, schools and universities. I also teach creativity at a university here in France, the country my wife and I chose to live in. Before that, I lived in Boston, Rio de Janeiro, Florianópolis and Santa Maria, but I am originally from the small town of Cruz Alta, in Rio Grande do Sul.
I was a professional dancer and choreographer, a pharmacist, a laboratory equipment salesman, an entrepreneur, a consultant, a researcher, and I became a doctor of education. Many of these things at the same time. To the more distracted eye, I was simply indecisive or didn't know how to focus on just one area. But, upon closer inspection, it is possible to see that "it all makes sense" and that these experiences were all catalysts and fundamental in making me who I am today.
If this type of trajectory interests you, you can read the first chapter of my book for free here. And if you are also passionate about different areas of knowledge and are looking for ways to integrate them into your life, I will share a little bit of my trajectory below, as it tends to inspire people to embrace their multiple interests and understand that a transdisciplinary view of the world can be one of the keys to creativity.
My story
Quando eu tinha 10 anos, no interior do Rio Grande do Sul, tentei aprender a tocar piano, mas não deu certo. Em vez disso, entrei para um grupo de danças folclóricas e me dei bem melhor. Aos 14, já estava coreografando e dando aulas. Minhas coreografias misturavam folclore com influências contemporâneas, e eu me especializei nas boleadeiras, uma dança que une malabarismo e percussão. Além disso, incorporei o sapateado, o balé clássico e o flamenco, criando um estilo próprio.
Aos 18 anos, eu precisava escolher uma faculdade e decidi por medicina, pois sempre gostei de ler bulas de remédios e a revista Super Interessante era a minha favorita. Porém, o mundo deu algumas voltas e acabei cursando farmácia na UFSC, em Florianópolis, pensando que a dança seria apenas um hobby.
Mas a vida tinha outros planos. Precisei trabalhar para me manter durante a faculdade, o que me levou a voltar para a dança, fazendo apresentações nos finais de semana.
Inesperadamente, no segundo semestre da faculdade, recebi um convite para dançar como solista em uma grande companhia durante uma temporada em um teatro em Mônaco. Com 20 anos, tranquei a faculdade e fui para Monte Carlo, numa experiência que foi provavelmente a mais glamurosa da minha carreira. Após a temporada, voltei para a rotina de estudante, mas a experiência foi um divisor de águas. Naquela época, antes do YouTube, enviar um VHS pelo correio era o único meio para participar de uma audição. Trabalhar com Franco Fontana, um renomado diretor italiano, abriu muitas portas e recebi convites para turnês nos Estados Unidos, Líbano e Japão, enquanto ainda cursava a faculdade.
De alguma forma, conseguia conciliar a faculdade com a vida artística. Durante o período escolar, eu me dedicava aos estudos, aulas práticas e estágios, e nas férias e greves, que foram muitas, me dedicava aos ensaios e às temporadas de espetáculos.
Aos 23 anos, me formei. Era oficialmente farmacêutico, mas também bailarino profissional. Recebi um convite para morar no Rio de Janeiro e comecei a trabalhar numa casa de espetáculos, fazendo apresentações todas as noites em um espetáculo voltado principalmente para turistas, e por lá fiquei mais 12 anos.
Além dos espetáculos diários, fiz algumas turnês internacionais e participei de alguns projetos paralelos, somando mais de 4000 apresentações para mais de um milhão de pessoas. No início no Rio, me dediquei 100% à dança, mas logo comecei a trabalhar como farmacêutico, inicialmente em meio período em uma farmácia perto do teatro. Brincava dizendo que era "farmacêutico nas horas vagas". Com o tempo, aumentei minha carga horária e acabei me tornando gerente da farmácia, trabalhando o dia todo e dançando à noite. Curiosamente, meus colegas de trabalho não sabiam da minha outra vida, seja na farmácia ou no espetáculo.
Esse ciclo durou cinco anos e, aos 30 anos, busquei novos ares. Consegui um emprego como vendedor de equipamentos científicos, utilizando meus conhecimentos acadêmicos e habilidades interpessoais. Nesse trabalho, tive a oportunidade de conhecer muitos cientistas, o que me aproximou novamente da ciência, como nos tempos de minha infância. Isso me inspirou a retomar os estudos e iniciar um mestrado na UFRJ em educação e comunicação científica. Embora não soubesse exatamente o que esperar, esse curso me permitiu conhecer pessoas incríveis e perceber que eu poderia unir minhas duas paixões: arte e ciência.
O mestrado foi um ponto de virada, onde realizei um projeto que integrava dança, compreensão científica e educação, culminando na publicação do livro "Da Ideia ao Aplauso". Encorajado por essa experiência, decidi prosseguir com um doutorado, investigando por que as pessoas buscam conectar arte e ciência hoje. Deixei meu emprego de vendedor e dediquei-me integralmente à pesquisa, o que me levou até Harvard. Deixei os palcos para concentrar todas as minhas energias na pesquisa, uma experiência que se mostrou simultaneamente desafiadora e inspiradora.
Conviver com pessoas na vanguarda da inovação expandiu meus horizontes e me fez entender como as fronteiras entre disciplinas podem ser dissolvidas para criar novas formas de conhecimento. A interação constante entre teoria e prática moldou profundamente minha maneira de pensar e agir frente aos desafios, e resultou no livro "Tudo Faz Sentido". Nele, exploro como a integração de campos aparentemente desconexos não só é possível como essencial para enfrentar os desafios contemporâneos. Espero inspirar os leitores a valorizar e cultivar suas habilidades multidisciplinares como uma poderosa ferramenta para inovação.
Após meu doutorado, retornei ao Brasil e iniciei um pós-doutorado na Fiocruz. Ao mesmo tempo, aceitei uma posição na embaixada suíça no Rio para gerenciar projetos de inovação nas áreas de ciência, artes e educação. Paralelamente, trabalhei como consultor para implementar um projeto de Arteciência em uma escola privada do Rio, que obteve excelentes resultados. Inspirado por esses resultados e por uma ideia que surgiu durante meu tempo em Boston, decidi criar uma startup focada em promover aulas criativas para professores, integrando arte e ciência. Foi graças a essa startup que consegui o visto para tentar implementar essa ideia na França. Aos 39 anos e minha mulher nos mudamos para tentar a sorte no país europeu.
Embora o projeto não tenha prosperado, a experiência enriqueceu ainda mais minha jornada e continuo vivendo na França. Tive a sorte de encontrar um trabalho na IFPEN, um instituto de pesquisas e universidade na região de Paris, onde aplico o aprendizado adquirido com a startup, o conhecimento no campo das ciências da educação e a criatividade que desenvolvi em todos os anos como artista. Atualmente, estou desenvolvendo cursos para engenheiros e também ministro aulas sobre criatividade. As habilidades adquiridas nos palcos, nos laboratórios e nas salas de aula permitiram-me não apenas adaptar-me a diferentes contextos, mas também contribuir para o campo da educação. Nesse percurso, cada passo, seja na dança ou na ciência, foi essencial para construir quem sou hoje: um profissional que valoriza a integração de saberes e a constante busca por inovação e aprendizado.
Se você chegou até aqui, imagino que esse assunto te interessa verdadeiramente. O livro "Tudo faz Sentido" não é minha biografia, afinal, você acabou de ler tudo que eu tinha de interessante para contar sobre minha trajetória. Mas você verá que essa conexão entre arte e ciência vai além da curiosidade: ela é essencial para compreendermos as complexidades do nosso tempo.
Neste livro, mostro como transcender barreiras disciplinares pode nos ajudar a enfrentar os desafios contemporâneos, desde as mudanças climáticas até as epidemias, combinando a precisão científica com a sensibilidade artística. Através de exemplos históricos e projetos inspiradores, você vai perceber que ligar os pontos entre arte e ciência é fundamental para a inovação.
"Tudo faz Sentido" é um convite para abrir sua mente e coração para começar a trilhar o caminho que irá transformar a sua visão de mundo e das conexões que estão por toda parte.